Dia 15 de Maio - Dia Nacional do Controle das Infecções Hospitalares.

15 de Maio

O Controle de Infecção relacionado a Germes Multirresistentes


As instituições que prestam cuidados de saúde, como os hospitais, são as mais comuns e importantes fontes de geração e transmissão de bactérias multirresistentes, que são germes com resistência à maioria dos antibióticos. Diversos fatores contribuem para isso, entre eles está a vulnerabilidade dos pacientes, as falhas na adesão às medidas de prevenção, a transmissão cruzada e a pressão seletiva exercida pelos antibióticos. As infecções causadas por bactérias resistentes são muito parecidas com as infecções causadas por bactérias sensíveis aos antibióticos. O que diferencia uma infecção da outra é o tratamento, que fica extremamente limitado para a infecção causada por germe multirresistente, além de caros para as instituições, visto que a gravidade prolonga a internação desses pacientes e implica tratamento com medicamentos de custo elevado, e apresentam alto índice de toxidade para o paciente.

O Serviço de Controle de Infecção Hospitalar tem, entre outras, a responsabilidade de implantar ações de biossegurança, que correspondem à adoção de normas e procedimentos seguros e adequados para a manutenção da saúde dos pacientes, dos profissionais e dos visitantes, a fim de evitar a transmissão desses germes. As mais importantes ações de biossegurança são a correta higienização das mãos dos profissionais de saúde, o uso do Equipamento de Proteção Individual (EPI), o controle do uso de antimicrobianos, a fiscalização da limpeza e desinfecção de artigos e superfícies.

As mãos são a principal via de transmissão de microorganismos durante a assistência à saúde. Já que as mãos são o instrumento mais utilizado no cuidado aos pacientes, a sua higienização tornou-se a medida mais simples e menos dispendiosa para prevenir a propagação dos germes multirresistentes e das infecções hospitalares. A forma preferencial de higienizar as mãos é com água e sabão ou com uso de álcool gel.

O equipamento de proteção individual constitui o meio mais simples de prevenção de acidentes no trabalho e são destinados a proteger a saúde e a integridade física do trabalhador que tem o seu uso regulamentado pelo Ministério do Trabalho e Emprego em suas normas regulamentadoras NR nº 6 e NR 32.

As luvas servem para promover uma barreira de proteção e prevenir a contaminação das mãos quando em contato com material contaminado, matéria orgânica e pele não íntegra e também o contrário, reduz a possibilidade de transmissão de microorganismos que possam estar presentes nas mãos dos profissionais durante o cuidado prestado ao paciente. É importante lembrar que as luvas devem ser trocadas entre a realização de procedimentos de um paciente e outro e retiradas imediatamente após o uso. A falha na troca das luvas na atenção de diferentes pacientes é responsável pela transmissão cruzada de infecções e microorganismos.

O avental é usado para prevenir a contaminação das roupas e proteger a pele do profissional durante o atendimento ao paciente principalmente quando há risco de contágio pela exposição a sangue e fluidos corporais. Para o cuidado a paciente portador de germe multirresistente o avental usado deve ser retirado antes da saída do quarto em que o paciente se encontra.

A Máscara e o protetor ocular são equipamentos usados durante procedimentos a pacientes que possam gerar respingos de matéria orgânica e fluidos corporais e servem para proteger a mucosa dos olhos, nariz e boca.

Além disso, todo paciente deve receber medicamentos apropriados para suas condições clínicas, em doses e período adequados e ao menor custo para si e para a comunidade. A CCIH tem a função de estabelecer normas para o uso racional de antimicrobianos, a fim de evitar a pressão seletiva que leva ao desenvolvimento de resistência bacteriana, bem como da eficácia no tratamento com o mínimo de eventos adversos e custos reduzidos.

Face ao exposto, os profissionais de saúde devem ter uma postura consciente da utilização destas precauções a fins de não se infectar ou servir de fonte de transmissão cruzada. O uso de barreiras de proteção deve ser conduta priorizada, entendendo a importância da adesão às normas de biossegurança como uma forma de evitar ser um veículo de disseminação dos germes, multirresistentes ou não, durante a assistência aos pacientes.


Serviço de Controle de Infecção Hospitalar – NUCIH / HRS





O controle de infecção hospitalar no século XXI

Atualmente o termo infecção hospitalar está sendo substituído por infecção relacionada à assistência à saúde (IRAS), abrangendo desta forma a assistência à saúde praticada em todos os níveis e não apenas a assistência prestada no âmbito hospitalar e considerando que uma infecção pode ser decorrente de diferentes formas de assistência prestada, que não necessariamente em estabelecimento hospital. As IRAS são multifatoriais, dependem de fatores relacionados ao próprio paciente,bem como de fatores relacionados com materiais, equipe de saúde e ambiente.

Os hospitais brasileiros por força da lei passaram a desenvolver ações de controle de infecção hospitalar na década de 90,na atualidade , além dos serviços que um hospital oferece ele é procurado pela excelência do seu atendimento e pela qualidade que o diferencia dos demais, qualidade esta que é medida também pelos índices de infecção hospitalar.

Muitos atributos positivos podem ser elencados para a Comissão de Controle de Infecção Hospitalar do século XXI, considerando que ela possui mecanismos para captar informações e definir processos para a melhoria dos padrões de qualidade e por agregar profissionais das mais diversas especialidades, tem prerrogativas para atuar como agente de mudanças da instituição hospitalar.

Já o serviço de controle de infecção hospitalar,pode ser visto como uma assessoria permanente para o aprimoramento contínuo na qualidade da assistência prestada e somente será sinônimo de “fiscalização” para aqueles que não estão envolvidos e comprometidos com melhorias da qualidade da assistência prestada.

Em 2005 com o lançamento da Aliança Mundial para a Segurança do Paciente pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e identificada a redução do risco de infecção relacionada aos cuidados de saúde dentre uma das seis áreas de atuação para o direcionamento de ações.Todo este movimento para a segurança do paciente, vem trazendo uma nova abordagem com o intuito de antecipar a ocorrência dos erros antes que causem danos aos pacientes e de “repensar os processos assistenciais” no âmago dos serviços de saúde.


Serviço de Controle de Infecção do Hospital Regional do Sudoeste.